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O MÉDICO COMO OBJETO DE RISO

Os médicos são mais satirizáveis do que as outras profissões e são "uma das figuras preferidas dos escritores satíricos do mundo inteiro". P. Schulten, citando Will Durant, concorda plenamente e destaca, ainda, que os médicos e as mulheres são os grupos sociais mais satirizados da história, especialmente entre os gregos e os romanos. Em épocas mais próximas da nossa, a figura do médico ainda é objeto de riso muito popular, como se vê na commedia italiana, no teatro russo de bonecos e nas comédias de Molière. Riso dell'arte e medicina juntaram-se também no humanista e médico François Rabelais, e em várias epigramas do poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage. O ancestral mais ilustre da sátira profissional, de.

Origem egípcia e não grega, é o texto do Médio Império, época da 12ª Dinastia. Sátira dos Ofícios, (1991-1785 a.C.). Khéti, o autor, relata uma viagem de barco em que um escriba, conversando com o filho, compara a profissão de ferreiros, marceneiros, joalheiros, barbeiros e lavradores, entre outros, com a sua. A profissão médica não foi explicitamente mencionada, talvez porque os médicos egípcios recebessem formação de escriba... O aspecto satírico desse antiquíssimo texto é controvertido e alguns eruditos, como E. Araújo, lhe conferem apenas qualidades gnômicas; M. Lichtheim, no entanto, acredita que o exagero, a leveza e o tom complacente das imagens descritas são elementos legitimamente satíricos. Eis duas breves passagens em que a intenção de provocar o riso está bem clara: 'o

lavrador se lamuria mais do que galinha-d'angola e7grita mais alto que o corvo' (vi ) e 'o oleiro cobre-se de lama, embora ainda5esteja entre os vivos' (v ).5Mais de mil anos depois da o poeta da trans-Sátira dos Ofícios, Ilíadamitiu-nos a mais antiga sátira à profissão médica de toda a literatura gregaἀμύμων ἰητρός,(Il. 11.596-654). Macáon, filho de Asclépio, 'médico irre-V. P recorreu, naturalmente, à palavra 'sátira' em seu sentido mais amplo, o de 'escrito2 ROPPpicante, maldizente', que visa despertar o riso, e não como gênero literário específico. Paraum panorama da palavra 'sátira', ver G.L. H , CPh 22.1,Satura tota nostra est,ENDRICKSONH , trad. A. Guillén, Madrid, Guadarrama, 1969.42-60, 1927; M. La sátira,ODGART Social Identities, v.Physicians,

Humor and Therapeutic Laughter in the Ancient World,37, n. 1, 2001.

V.C. M , ‘Conceptos del siglo XVI sobre la risa’, in P.A. P (ed.), Tradiciones4 ACHLINE ASTRANAMéxico, Univ. Autónomae Intercambios Científicos: Materia Médica, Farmacia y Medicina.Metropolina, 2000, p. 65-80.

E. A , ‘Sátira das Profissões’, in _______, Escrito para a eternidade: a literatura no5 RAÚJO Brasília, Ed. UnB, 2000, p. 217-24.

Egito faraônico, v. 1, Berkeley, University of California Press, 1975-80 (reimpr.),Ancient Egyptian Literature,6p. 184 (apud E. Araújo, 2000, p. 218).

A tradução é de E. A , p. 220-1.

Sátira...,7 RAÚJO 224-233, 200619.2,Classica (Brasil)226 WILSON A. RIBEIRO JR.preensível’, havia sido ferido durante o combate; Nestor, um leigo, retira-oἴνωιda refrega, leva-o para sua tenda e cuida dele com ‘vinho de

Pramnos', Πραμνός. Nesse episódio, Nestor mostrou grande competência, tanta que8Pátroclos, guerreiro e médico, em visita ao nobre colega, se pôs simplesmente a conversar, sem interferir. Sua intervenção obviamente já não era mais necessária, pois o Dr. Macáon estava já muito bem cuidado. A passagem, re-ἰατρέ, θεράπευσον,vestida de fina ironia, é legítima antecessora da sentençaσεαυτόν, 'médico, cura-te a ti mesmo', atribuída a Hipócrates e encontrada no Novo Testamento (Lucas 4.23) já como provérbio. status 9Em Héraclito de Éfeso (Fr. 58) encontramos a primeira crítica diretaἱ γοῦν ἰατροί,

φησὶν ὁà profissão médica, matizada de cáustica ironia:Ἠράκλειτος, τέμνοντες, καίοντες, πάντηι βασανίζοντες κακῶς τοὺςἀρρωστοῦντας, ἐπαιτιῶνται μηδέν' ἄξιον μισθὸν λαμβάνειν παρὰ τῶναρρωστούντων ταῦτα ἐργαζόμενοι, † τὰ ἀγαθὰ καὶ τὰς

Νόσους, δαγγερώ, ‘Οσμήδικος, δίσερον, οὐσίαν, φαρμακεύειν, ἀπὸ τῶν ἀσθενῶν κακῶς ποιοῦντας, ἀπαιτεῖν τὸν ἀξίοντα μισθὸν ποιεῖν ταῦτα, τὸν αὐτὸν ἔχοντα τὸν ἀντίδοσιν τῶν νοσημάτων. Ἡράκλειτος γὰρ ἀεὶ τὰς ἐπικρίσεις ἔχει πικράς, ἀστείας, καὶ πολλάκις γελοίας. Ἐν τούτῳ τῷ παραδείγματι, τὸ γελοῖον ἐν τῷ ἀντιθέσθαι τὸν πόνον τῆς νόσου πρὸς τὸν πόνον τῆς θεραπείας. Ἡ νόσος οὐκ ἀπαιτεῖ μισθὸν φυσικῶς ποιεῖν πόνον· ὁ ἰατρὸς δέ, ναί. Ἐριξίμαχος, ἰατρὸς ἱστορικὸς παραστησάμενος ὑπὸ Πλάτωνος ἐν (185δ-Ο Βανακτη) παραδείγματος, ἐπακολουθεῖ. Ἐν μέσῳ φιλοσοφικῶν συζητήσεων, Ἐριξίμαχος παίζων ἐρωτᾶται ὑπὸ Ἀριστοφάνους, θύματος ἐξαίφνης κρίσεως.

soluções. O doutor não se abala: sem interromper os discursos e sem perder a linha de argumentação, receita-lhe um tratamento que se mostra eficaz. É difícil, aqui, dizer se a comicidade dessa passagem se deve ao médico ou também ao doente, já que ele era nada menos do que o poeta Aristófanes; mas o episódio deve, sem dúvida, ser um antecessor das inúmeras pilhérias que se contam a respeito de consultas médicas "filadas" durante festas. O vinho era um excipiente às vezes utilizado pelos médicos hipocráticos. O uso medicinal de líquidos com álcool remonta pelo menos às tabuinhas sumerianas do final do III milênio, a.C.: ver S.N. Kramer, The Sumerians, Their History, Culture and Character, University of Chicago Press, 1972, p. 117-23. Esse provérbio bíblico, por sua vez, deve ser uma variante da conhecida.

máxima dos Sete9 γνῶθι σεαυτόν, ‘conhece-te a ti mesmo’ (FPG 1.12.1). Sábios,

Na tradução, acompanhei a leitura de Diels-Krantz (Vorsokr.), G.S. K , Heraclitus – The10 IRK Cambridge, Cambridge University Press, 1954, p. 88-96) e de J. C - Cosmic Fragments, AVALS , ‘Heráclito de Éfeso – Fragmentos’, in _______ (org.), Os Pré-Socráticos CANTE DE OUZA São Paulo, Nova Cultural, 1991, p. 51-63. Para a– Fragmentos, doxografia e comentários, discussão de outras possibilidades de tradução, ver o artigo de G.S. K .IRKL. R , Paris, Les Belles Lettres, 1954, p. 1, nota 2.

Platon, Oeuvres Complètes / Phèdre,11 OBIN 19.2, 224-233, 2006Classica (Brasil) 227O MÉDICO COMO OBJETO DE RISOO poeta Aristófanes é uma das mais profícuas fontes de sátiras profissionais da

literatura grega. No comédia de 388 a.C., ele criou umaPluto,situação cômica envolvendo os médicos e seus honorários. Pluto, o deus dariqueza, está doente; dois escravos, Blepsidemo e Crêmilo, procuram inu-tilmente um médico entre os espectadores (406-9):ΒΛΕΨΙΔΗΜΟΣοὔκουν ἰατρὸν εἰσάγειν ἐχρῆν τινά;ΧΡΕΜΥΛΟΣτίς δῆτ' ἰατρός ἐστι νῦν ἐν τῆι πόλει;οὔτε γὰρ ὁ μισθὸς οὐδὲν ἔστ' οὔθ' ἡ τέχνη.Βλ. σκοπῶμεν.Χρ.

ἀλλ' οὐκ ἔστιν.Βλ. οὐδ' ἐμοὶ δοκεῖ.

BLEPSIDEMONão seria necessário trazer um médico?

CRÊMILOMas que médico está agora na cidade?

Onde não existe pagamento, não existe arte.

Bl. Olhemos.

Cr. Mas não há!

Bl. Nenhum, me parece.

τέχνη

Note-se que a mencionada por Crêmilo é, naturalmente, a artemédica. Além da presença dos recursos cômicos próprios da comédia antiga,é possível que a passagem parodie os textos médicos que circulavam no finaldo século V a.C. entre os intelectuais atenienses, mesmo os não médicos(Xen. 4.2.9-10). As obras de Platão e de Eurípides, por exemplo, su-Mem.gerem que o primeiro, fil&oac

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A.A. 2022-2023
10 pagine
SSD Scienze antichità, filologico-letterarie e storico-artistiche L-FIL-LET/04 Lingua e letteratura latina

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